Arrependimento II

"Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus." Mateus 4: 17

Como vimos no artigo passado, o arrependimento é um fundamento essencial para a conversão do homem.

Agora no presente artigo vamos analisar melhor o que é verdadeiramente Arrependimento; sua profundidade e a abrangência do seu resultado em nossas vidas.

Arrependimento não é simplesmente reconhecer que errou ou ter consciência que é um pecador como Faraó (Êxodo 9.27), que em seu coração não estava disposto a abandonar o pecado (Êxodo 9.34). Mas sim, é o sentimento de pesar sincero por faltas (pecados) cometidos que gera desejo profundo de mudanças de atitudes.

Outro ponto importante sobre o arrependimento, é que devemos nos arrepender dos nossos atos pecaminosos e não somente das conseqüências que eles trazem. Exemplo: o ladrão que é pego em flagrante assaltando, não sente um profundo pesar de culpa por ter tentado possuir algo que não lhe pertencia, mas sim, um remorso por ter sido pego, e logo fica imaginando o que ele podia ter feito para não ter sido descoberto. E tendo oportunidade faria novamente.

Um exemplo de um verdadeiro arrependimento é o filho pródigo (para quem não sabe pródigo significa esbanjador) que ao cair em si reconheceu o grande erro de suas atitudes que ao voltar para o Pai, não se achava digno nem de ser chamado de filho e se colocou apenas como um trabalhador (Lucas 15:18,19).

"Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti;"

" Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros."

O arrependimento tem um aspecto teológico profundo, pois assim como o pecado nos torna totalmente afastados de Deus e sujeito a toda Sua ira, o arrependimento nos torna acessíveis a Deus e sujeitos a toda Sua misericórdia! Por isso, a Bíblia diz: " ...onde o pecado abundou, super abundou a graça" (Romanos 5.20 b)

Muitos acham que o arrependimento é um sinal de fraqueza, porque denota humilhação, reconhecimento público de que erramos ou falhamos, pedidos de desculpas e perdão, situações que, infelizmente, nem todas as pessoas estão dispostas a fazer, preferindo antes ocultar suas faltas, atitudes esta que os leva em mais sofrimento.

"O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia."(Provérbios 28.13). 

Pois impedem que seus caminhos sejam restaurados

"E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra."(II Cronicas 7.14)

Vemos na Bíblia grandes exemplos de pessoas que pecaram gravemente, mas que arrependeram-se alcançando não somente o perdão, mas também grandes bênçãos do Senhor, como Davi que cometeu duas grandes faltas na sua vida, a saber, o caso de Bate-Seba (II Samuel 11) e o caso da numeração do povo, (II Samuel 24), mas que com o arrependimento e humilhação destas duas faltas, Deus providenciou no primeiro o rei que lhe sucederia, que era Salomão, filho de Bate-Seba (II Samuel 12.24; I Reis 1.30) e a compra do lugar onde seria construído o Templo do Senhor, que seria a Eira da Araúna (II Cronicas 3.1).