sábado, 17 de novembro de 2012

“Deus Seja Louvado”


Falando sobre a grande polemica do momento, que é a ação do Ministério Público Federal exigindo a retirada da frase “Deus Seja louvado” das cédulas do Real, não quero entrar no mérito das reais intenções destas pessoas (que obviamente não é defender um Estado Laico), mais sim trazer uma reflexão a luz da Palavra de Deus, nós como verdadeiros Cristãos devemos lutar (com todas as armas espirituais) para que esta frase esteja realmente escrita.
Já nos dias  do ministério terreno do Senhor Jesus foi levantada uma polemica (de maneia maliciosa) envolvendo dinheiro e Fé, que foi a questão do tributo:
“Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar tributo a César, ou não?” Mat. 22.17
Mas Jesus aproveitou a oportunidade para revelar um principio fundamental, que é separar oque se deve dar a Deus e o que só serve para este o mundo:
“Responderam: De César. Então lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. Mat. 22: 21
O que Deus deseja  não é a que Sua Palavra esteja gravada em “tabuas de pedra” (coisas inanimadas), o Seu desejo  é que Ela esteja escrita em nosso coração:
“Ora, este é o pacto que farei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor; porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” Hebr.. 8: 10
Deus é  realmente Louvado, não no simples ato de carregar uma Bíblia, frequentar um determinada denominação, entoar cânticos, ter um cargo ministerial, etc. Mais sim quando o meu modo de viver demonstre que:
“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” Gal. 2:20
Para encerrar quero deixar  o comentário que a Rosimeire Santos postou no Blog do Ciro sobre este  referido assunto:
“Sou evangélica e sou a favor que retirem essa frase do nosso dinheiro.
Pois bem, como crente em Deus que sou, manifesto-me: Por favor, retirem a expressão “Deus seja louvado” das nossas cédulas de reais!
Porque Deus realmente não pode ser louvado através de uma moeda que serve para alimentar a ganância de uma porção de pessoas sem escrúpulos que vendem seus cargos, influência e poder no exercício de funções públicas para elevar a margem de corrupção desse país - Dados oficiais de operações da Polícia Federal em 2011 apontam que quase R$ 6 bilhões sumiram das contas públicas.
Porque Deus de maneira alguma pode ser louvado diante da falta de investimentos na saúde pública, educação, segurança e programas de real eficiência no combate à pobreza e à miséria, quando é necessário trabalhar mais de quatro meses para se pagar a pesada carga de impostos nesse país.
Porque Deus não é louvado quando os salários dos professores no Brasil são vergonhosos, tampouco quando se permite que universidades federais fiquem sem aulas por meses, em greve, sem que nenhum acordo seja feito para atender às reivindicações de professores e também de alunos.
Porque um povo que se sente inseguro não tem motivos para louvar a Deus quando os profissionais que cuidam da segurança de suas cidades são mal remunerados, o que só agrava a corrupção e a violência.
Porque aqueles que buscam auxílio no SUS não o encontram com qualidade e inúmeras vidas são interrompidas pela falta de estrutura agravada por precários recursos financeiros. Não se louva a Deus assim.
Porque Deus deve mesmo ter vergonha dessa frase estampada nas cédulas, as mesmas que são usadas tantas vezes para financiar o “jeitinho brasileiro”, como na rodovia, quando a “gorjeta” é concedida a algum policial rodoviário e se faz vista grossa para a infração cometida, ou ainda na falsa declaração anual do imposto de renda ou no acordo extraoficial que compra o outro lado em uma disputa judicial.
Porque não é possível imaginar que Deus seja louvado enquanto instituições sem fins lucrativos e que deveriam prestar serviços à comunidade enriquecem a custa das verbas públicas.
Impraticável também reconhecer qualquer louvor a Deus também na prática de inúmeras instituições religiosas, nas quais muitas igrejas evangélicas dilatam os números, aproveitando-se da falta de informação, conhecimento e até da fé de milhões de brasileiros que dizimam e ofertam, financiando a prostituição espiritual de líderes religiosos que venderam suas almas ao Dinheiro, tornando-se poderosos e repugnantes.
Por favor, retirem essa expressão das cédulas do real!
Porque ainda que não faça menção a uma religião específica, grupos menores (como os ateus, por exemplo) podem realmente se sentirem ofendidos pelo impresso “Deus seja louvado” em suas notas. Contudo, não se esqueçam de abolir todos os feriados religiosos dessa nação! Inclusive, servidores públicos não deveriam, portanto, desfrutar de descanso nessas datas, tampouco de pontos facultativos, porque o Estado é laico.
Mas quando a expressão “Deus seja louvado” for retirada das cédulas do real, daí sim, a vida de todos os cidadãos desse país irá mudar para melhor. E então, finalmente, o Ministério Público Federal poderá se ocupar das questões “menos importantes”. Será?
Atenciosamente,"
Rosimeire Santos

domingo, 23 de setembro de 2012

O Arco Celeste


foto tirada no Jardim São Paulo Rio Claro SP


"O Meu arco tenho posto nas nuvens; este será por sinal da aliança entre Mim e a terra."
"E acontecerá que, quando Eu trouxer nuvens sobre a terra, aparecerá o arco nas nuvens."
"Então Me lembrarei da Minha aliança, que está entre Mim e vós, e entre toda a alma vivente de toda a carne; e as águas não se tornarão mais em dilúvio para destruir toda a carne." Gênesis 9: 13 a 15
Que promessa maravilhosa da parte de Deus! Mas o que me chama mais a atenção é o fato do Senhor dizer “Meu arco”, mostrando que Ele tomou algo que era somente Dele:
"Como o aspecto do arco que aparece na nuvem no dia da chuva, assim era o aspecto do resplendor em redor. Este era o aspecto da semelhança da Glória do SENHOR; e, vendo isto, caí sobre o meu rosto, e ouvi a voz de quem falava." Ezequiel 1: 28
"E o que estava assentado era, na aparência, semelhante à pedra jaspe e sardônica; e o arco celeste estava ao redor do trono, e parecia semelhante à esmeralda." Apocalipse 4: 3
E nos presenteou com algo tão sublime, como sinal da Sua Misericórdia e do seu cuidado para conosco!
Gloria a Deus!!!

segunda-feira, 26 de março de 2012

Gratidão


"Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios." Salmos 103:2
Quão importante é para o Cristão aprender a cultivar o hábito de se lembrar e agradecer a Deus por tudo aquilo que o Senhor já realizou na sua vida.
Primeiro porque a recordação das bênçãos recebidas traz ao coração fé e esperança em Deus para enfrentar as lutas presentes.
Segundo porque o esquecimento e a ingratidão nos afastam de Deus e nos conduz ao pecado, como ocorreu com o povo de Israel:
"Porém cedo se esqueceram das suas obras; não esperaram o seu conselho." Salmos 106:13
Por isso a nossa oração não pode ser como a das filhas da sanguessuga que só diz dá e dá (Prov. 30: 15), mais sim como a deste Salmista, cujo principal desejo é expressar a Deus toda a sua gratidão, principalmente pelo perdão das suas iniqüidades e pela sua salvação:
"Ele é o que perdoa todas as tuas iniqüidades, que sara todas as tuas enfermidades. Que redime a tua vida da perdição; que te coroa de benignidade e de misericórdia," Salmos 103: 3 e 4

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A Oração Vitoriosa

Texto de Charles G. Finney (1792-1875)
 Oração vitoriosa é aquela que consegue resultados. Fazer orações é uma coisa, vencer pela oração é outra. A vitória pela oração depende não tanto da quantidade, como da qualidade. A melhor introdução que tenho para este assunto é um fato da minha experiência anterior à minha conversão. Relato-o porque temo que tais experiências sejam muito comuns entre incrédulos.
Ao que me lembro, eu nunca assistira a uma reunião de oração antes de começar o curso de direito. Então, pela primeira vez, passei a morar nas proximidades de um local onde havia reunião de oração todas as semanas. Eu não tinha muita oportunidade para conhecer, ver ou ouvir religião; por isso não tinha opinião formada a respeito. Em parte por curiosidade e em parte por certo desassossego de espírito, difícil de definir, comecei a frequentar a tal reunião de oração. Nesse mesmo tempo comprei minha primeira Bíblia e comecei a Lê-la. Escutava as orações que eram feitas naquelas reuniões, com a máxima atenção que eu poderia prestar a orações tão frias e formais. Cada um pedia o dom e o derramamento do Espírito Santo. Tanto nas orações como nos comentários que de vez em quando faziam, confessavam que não conseguiam ser atendidos por Deus. Isso aliás, era patente, e por pouco que não fez de mim um cético.
Vendo-me com tanta freqüência na reunião, o dirigente, certo dia, perguntou-me se eu não desejava que orassem por mim. Respondi que não, acrescentando: "Com certeza eu preciso de oração, mas as suas orações não são atendidas. Os senhores mesmos o confessam." Manifestei então o meu espanto com esse estado de cousas, em vista do que a Bíblia diz das vitórias da oração. De fato, durante algum tempo fiquei grandemente perplexo e em dúvida diante dos ensinos de Cristo sobre a oração, em confronto com aqui|o que eu presenciava, semana após semana, na reunião de oração. Seria Cristo realmente um ensinador divino? Teria ele de fato ensinado o que os Evangelhos Ihe atribuíam? Devia ser tomado ao pé da letra? Seria verdade que a oração tinha valor para conseguir bénçãos da parte de Deus? Se era verdade, como explicar isto que eu presenciava semana após semana e mês após mês nessa reunião de oração? Esses homens seriam crentes de fato? O que eu ali ouvia, seria realmente oração, no sentido bíblico? Seria a oração que Cristo tinha prometido atender? Aí encontrei a solução.
Convenci-me de que eles estavam iludidos; que não obtinham vitórias porque não tinham nenhum direito a isso, pois não atendiam às condições que Deus determinou para que ele ouvisse a oração. Ao contrário, as orações deles eram justamente as do tipo que Deus prometera não atender. Evidentemente não percebiam que estavam correndo perigo de ir orando daquele modo até caírem no ceticismo quanto ao valor da oração.
Lendo a Bíblia, observei as seguintes condições estabelecidas:
1. Fé que Deus atende à oração. Isso, evidentemente, importa na esperança de recebermos aquilo que pedimos.
2. Pedir de acordo com a vontade de Deus. Isso claramente implica em pedir-lhe só as cousas que Deus está pronto a conceder, mas também pedir-lhe num espírito que ele possa aceitar. Temo que seja comum crentes deixarem de levar em conta o estado de espírito que Deus exige deles como condição para atender às suas orações.
Por exemplo, no Pai Nosso, o pedido: "Venha o Teu reino" requer, evidentemente, sinceridade para que tenha valor para Deus. Mas a sinceridade na apresentação desse pedido implica na consagração integral do coração e da vida de quem pede, para a consolidação desse reino. Implica em dedicar, a esse fim, tudo quanto temos e tudo quanto somos. Proferir essa petição em qualquer outro estado de espírito é hipocrisia e abominação diante de Deus.
Assim na petição seguinte: "Seja feita a tua vontade na terra como no céu", Deus não promete atender o pedido a não ser que seja feita sinceramente. Mas sinceramente importa num estado de espírito que aceite toda a vontade de Deus, até onde a entendemos, da mesma forma que é aceita no céu. Importa na obediência total, inspirada no amor e na confiança, a toda a vontade de Deus, quer seja essa vontade revelada na sua Palavra, pelo seu Espírito ou na sua providência. Significa que nos mantemos, a nós mesmos e a tudo que somos e possuímos, à disposição de Deus de forma tão absoluta e voluntária, quanto o fazem os habitantes do céu. Se ficamos aquém disso, retendo para nós o que quer que seja, estamos "contemplando a iniquidade no coração", e Deus não nos ouvirá.
A sinceridade nessa petição significa um estado de absoluta e total consagração a Deus. Qualquer atitude que fique aquém dessa, importa em reter de Deus aquilo que lhe é devido. É "desviar os ouvidos de ouvir a lei". Mas que dizem as Escrituras? "O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável." Será que entendem isso os que professam a fé?
O que é verdade com referência a essas duas petições, também o é no que se refere a toda oração. Será que os crentes levam isso na devida consideração? Lembram-se de que tudo que se apresenta como oração é abominável se não for feito no estado de consagração inteira de quanto somos e temos a Deus? Se na oração e com ela, não nos oferecemos, com tudo quanto temos: se o nosso estado de espírito não é de quem aceita de coração toda a vontade de Deus, executando-a perfeitamente até onde a conhecemos, então nossa oração é abominável. Que profanação terrível é o uso que frequentemente se faz do Pai Nosso, tanto em público como em particular. Repetir como um papagaio "Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, na terra como no céu", enquanto a vida está Ionge de se conformar com a vontade de Deus, é simplesmente revoltante. Ouvir os homens orarem: "Venha teu reino", enquanto está mais do que evidente que estao fazendo pouco ou nenhum sacrifício ou esforço para promoverem esse reino, é uma refinada hipocrisia. Aí não há nada de oração vitoriosa.
3. A ausência do interesse egoísta é uma condição da oração vitoriosa: "Pedis. e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres" (Tg 4.3).
4. Outra condição da oração vitoriosa é a consciência pura diante de Deus e dos homens. I João 3.20-22: "Se o nosso coração (nossa consciência) nos acusar, certamente Deus é maior do que o nosso coração, e conhece todas as coisas. Amados, se o coração não nos acusar, temos confiança diante de Deus, e aquilo que pedimos, dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe é agradável." Aqui se tornam claras duas condições: primeira, que para sermos aceitos por Deus temos de conservar pura a consciência: e, segunda, que devemos guardar seus mandamentos e fazer diante dele o que Ihe é agradável.
5. Coração puro é condição da oração vitoriosa. Sl 66.18: "Se eu atender à iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá".
6. Toda a confissão e restituição devidas a Deus e aos homens é outra condição da oração vitoriosa. Pv 28.13: "0 que encobre as suas transgressões, jamais prosperará: mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia".
7. Outra condição: mãos limpas. SI 26.6: "Lavo as mãos na inocência, e, assim, andarei, Senhor, ao redor do teu altar". I Tm 2.8: "Quero que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira e sem contenda".
8. A solução das contendas e animosidades entre irmãos é uma condição. Mt 5.23,24: "Se, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta".
9. A humildade é outra condição da oração vitoriosa. Tg 4.6: "Deus resiste aos soberbos, mas dá graçã aos humildes".
10. A remoção dos tropeços é ainda outra condição. Ez 14.3: "Filho do homem, estes homens levantaram os seus ídolos nos seus corações, e o tropeço da sua iniquidade puseram diante da sua face; devo eu de alguma maneira ser interrogado por eles?"
11. O espírito de perdoar também é condição. Mt 6.12: "Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como temos perdoado aos nossos devedores"; Mt 6.15: "Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tão pouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas".
12. Exercitar o espírito da verdade é outra condição. SI 51.6: "Eis que te comprazes na verdade no íntimo". Se o nosso coração não estiver no espírito de acato à verdade; se não for imediatamente sincero e isento de egoísmo, estaremos "atendendo à iniquidade no coração" e, portanto, o Senhor não nos ouvirá.
13. Orar em nome de Cristo é condição da oração vitoriosa.
14. A inspiração do Espírito Santo é outra condição. Toda oração verdadeiramente vitoriosa é inspirada pelo Espírito Santo. Rm 8.26,27; "Porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos exprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos". Esse é o verdadeiro espírito da oração: ser guiado pelo Espírito. É a única oração realmente vitoriosa. Será que realmente entendem isso os que se dizem crentes? Será que acreditam que, se não viverem e andarem no Espírito, se não aprenderem a orar pela intercessão do Espírito que está neles, não poderão ser vitoriosos com Deus?
15. O fervor é condição. Uma oração, para ser vitoriosa, tem de ser fervorosa. Tg 5.16: "Confessai os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a oração fervorosa de um justo."
16. A perseverança ou persistência na oração muitas vezes é uma condição de vitória. Vejam-se os casos de Jacó, de Daniel, de Elias, da sirofenícia, do juiz iníquo, e o ensino da Bíblia de modo geral.
17. Muitas vezes a angústia de espírito é condição da oração vitoriosa. "Desde as primeiras dores Sião deu à luz seus filhos". "Meus filhos", diz Paulo, "por quem de novo sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós". Isso dá a entender que, antes que se convertessem, Paulo já tinha sofrido angústia de espírito. De fato, a angústia da alma na oração é a única verdadeira oração vivificadora. Se alguém não a conhecer, não compreende o espírito da oração. Não se acha em estado de avivamento. Não entende a passagem já citada -- Rm 8.26,27. Enquanto ele não compreender essa oração angustiosa, não conhecerá o verdadeiro segredo do poder vivificador.
18. Outra condição da oração vitoriosa é o justo emprego dos meios para chegar ao objetivo, se os meios estiverem ao nosso alcance e se os reconhecermos necessários. Orar pelo reavivamento religioso e deixar de empregar qualquer outro meio, é tentar a Deus. Esse, conforme pude ver claramente, era o caso daqueles que faziam orações na reunião a que já me referi. Continuaram fazendo oração pelo avivamento, porém fora da reunião eram silenciosos como a morte no tocante ao assunto e nem abriam a boca para as pessoas ao redor. Continuaram nessa incoerência até o dia em que um descrente de destaque na comunidade lançou-lhes na minha presença uma tremenda repreensão. Ele expressou aquilo que eu sentia profundamente. Levantou-se e. com a maior solenidade e com lágrimas, disse: "Povo crente, que é que vocês querem dizer? Oram sempre, nestas reuniões, pedindo um reavivamento. Muitas vezes exortam uns aos outros a que despertem e usem meios para promover um avivamento. Afirmam uns aos outros, e também a nós que somos descrentes, que estamos caminhando para o inferno; e acredito que seja verdade. Insistem também em dizer que, se vocês mesmos despertassem, usando os meios apropriados, haveria um avivamento, e nos converteríamos. Falam-nos do nosso grande amigo, e de que nossas almas valem mais do que todos os mundos; entretanto. prosseguem nas suas ocupações relativamente triviais e não lançam mão desses meios. Não temos avivamento e nossas almas não são salvas." Nessa altura não teve mais palavras: sentou-se, soluçando.
Nunca me esquecerei como a reprimenda calou profundamente naquela reunião de oração. Fez-lhes bem, pois não demorou que as pessoas ali presentes se prostrassem, e tivemos um reavivamento. Estive presente na primeira reunião em que se manifestou o espírito de avivamento. E que transformação se verificou no tom das suas oracões, confissões e súplicas! Voltando para casa com um amigo, comentei: "Que mudança nesses crentes! Isso deve ser o início de um reavivamento." Realmente, há uma transformação em todas as reuniões sempre que os crentes são reavivados. Suas confissões adquirem significado: significam reforma e restituição; significam trabalho, o uso dos meios, mãos, bolsos, e coração abertos, e a consagração de todos os seus recursos à promoção da obra.
19. A oração vitoriosa é especifica. Visa um objetivo definido. Não podemos obter vitória para tudo de uma só vez. Nos casos registrados na Bíblia, em que a oração foi atendida, é notável que o suplicante pedia uma bênção definida.
20. Outra condição da oração vitoriosa é que nossa intenção seja idêntica àquilo que dizemos na oração: que não haja nenhuma simulação; em resumo, que sejamos sinceros como crianças, falando do coração, nem mais nem menos do que aquilo que queremos dizer, que sentimos e cremos.
21. Outra condição da oração vitoriosa é um estado de espírito que presume a fidelidade de Deus a todas as suas promessas.
22. Mais uma condição é que, além de "orar no Espírito Santo", "sejamos sóbrios e vigiemos em oração". Com isso me refiro à vigilância contra tudo quanto possa apagar ou entristecer o Espírito de Deus em nosso coração. Também me refiro à vigilância pela resposta, em estado de espírito que usará diligentemente todos os meios necessários, a qualquer custo, com instância sobre instância.
Quando estiver bem lavrado o terreno pousio no coração dos crentes e quando tiverem confessado e feito restituição -- desde que o trabalho seja completo e honesto -- cumprirão natural e inevitavelmente as condições, e obterão a vitória na oração.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O Evangelho da Diversão


Existe um mal entre os que professam pertencer aos arraiais de Cristo, um mal
tão grosseiro em sua imprudência, que a maioria dos que possuem pouca visão espiritual dificilmente deixará de perceber. Durante as últimas décadas, esse mal tem se desenvolvido em proporções anormais. Tem agido como o fermento, até que toda a massa fique levedada. O diabo raramente criou algo mais perspicaz do que sugerir à igreja que sua missão consiste em prover entretenimento para as pessoas, tendo em vista ganhá-las para Cristo. A igreja abandonou a pregação ousada, como a dos puritanos; em seguida, ela gradualmente amenizou seu testemunho; depois, passou a aceitar e justificar as frivolidades que estavam em voga no mundo, e no passo seguinte, começou a tolerá-las em suas fronteiras; agora, a igreja as adotou sob o pretexto de ganhar as multidões.
Minha primeira contenção é esta: as Escrituras não afirmam, em nenhuma de
suas passagens, que prover entretenimento para as pessoas é uma função da
igreja. Se esta é uma obra cristã, por que o Senhor Jesus não falou sobre ela?
“Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15) — isso é bastante claro. Se Ele tivesse acrescentado: “E oferecei entretenimento para
aqueles que não gostam do evangelho”, assim teria acontecido. No entanto, tais palavras não se encontram na Bíblia. Sequer ocorreram à mente do Senhor Jesus.
E mais: “Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros
para evangelistas e outros para pastores e mestres” (Ef 4.11). Onde aparecem
nesse versículo os que providenciariam entretenimento? O Espírito Santo
silenciou a respeito deles. Os profetas foram perseguidos porque divertiam as
pessoas ou porque recusavam-se a fazê-lo? Os concertos de música não têm um rol de mártires.
Novamente, prover entretenimento está em direto antagonismo ao ensino e à
vida de Cristo e de seus apóstolos. Qual era a atitude da igreja em relação ao
mundo? “Vós sois o sal”, não o “docinho”, algo que o mundo desprezará.
Pungente e curta foi a afirmação de nosso Senhor: “Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos” (Lc 9.60). Ele estava falando com terrível seriedade!
Se Cristo houvesse introduzido mais elementos brilhantes e agradáveis em seu
ministério, teria sido mais popular em seus resultados, porque seus ensinos eram perscrutadores. Não O vejo dizendo: “Pedro, vá atrás do povo e diga-lhe que teremos um culto diferente amanhã, algo atraente e breve, com pouca pregação.
Teremos uma noite agradável para as pessoas. Diga-lhes que com certeza
realizaremos esse tipo de culto. Vá logo, Pedro, temos de ganhar as pessoas de alguma maneira!” Jesus teve compaixão dos pecadores, lamentou e chorou por eles, mas nunca procurou diverti-los. Em vão, pesquisaremos as cartas do Novo Testamento a fim de encontrar qualquer indício de um evangelho de
entretenimento. A mensagem das cartas é: “Retirai-vos, separai-vos e purificai vos!”
Qualquer coisa que tinha a aparência de brincadeira evidentemente foi
deixado fora das cartas. Os apóstolos tinham confiança irrestrita no evangelho e não utilizavam outros instrumentos. Depois que Pedro e João foram encarcerados por pregarem o evangelho, a igreja se reuniu para orar, mas não suplicaram:
“Senhor, concede aos teus servos que, por meio do prudente e discriminado uso da recreação legítima, mostremos a essas pessoas quão felizes nós somos”. Eles não pararam de pregar a Cristo, por isso não tinham tempo para arranjar
entretenimento para seus ouvintes. Espalhados por causa da perseguição, foram a muitos lugares pregando o evangelho. Eles “transtornaram o mundo”. Essa é a única diferença! Senhor, limpe a igreja de todo o lixo e baboseira que o diabo impôs sobre ela e traga-nos de volta aos métodos dos apóstolos.
Por último, a missão de prover entretenimento falha em conseguir os resultados desejados. Causa danos entre os novos convertidos. Permitam que falem os negligentes e zombadores, que foram alcançados por um evangelho parcial; que falem os cansados e oprimidos que buscaram paz através de um concerto musical. Levante-se e fale o alcoólatra para quem o entretenimento na forma de drama foi um elo no processo de sua conversão! A resposta é óbvia: a missão de prover entretenimento não produz convertidos verdadeiros. A necessidade atual para o ministro do evangelho é uma instrução bíblica fiel, bem como ardente espiritualidade; uma resulta da outra, assim como o fruto procede da raiz. A necessidade de nossa época é a doutrina bíblica, entendida e experimentada de tal modo, que produz devoção verdadeira no íntimo dos convertidos.

Extraído da mensagem  Alimentando as Ovelhas ou Divertindo os Bodes? de
Charles H. Spurgeon